Características do traje nacional tártaro, opções cotidianas e festivas

Nacional

O traje nacional reflete tipicamente a habilidade das pessoas, traços individuais, caráter, gosto estético e atitude reverente em relação à natureza. Isso é mais claramente demonstrado nos trajes tradicionais coloridos e ricos de homens e mulheres tártaros. Suas roupas encantam com os mais belos ornamentos, tecidos de ricas cores "orientais", acessórios e joias altamente artísticos. Desde tempos imemoriais, o traje nacional tártaro tem sido um indicador significativo do status social e da idade de uma pessoa, e refletia os segredos e tradições do povo. Apesar de hoje ser usado principalmente em celebrações, festividades e apresentações, a atitude respeitosa e reverente dos tártaros em relação ao traje permanece a mesma.

Um pouco de história

A história da criação do traje nacional tártaro moderno remonta ao século XVIII, embora, segundo muitos historiadores e pesquisadores, as principais características do vestuário tenham surgido na Idade Média. O conceito bastante amplo de "traje" combina itens usados ​​não apenas no Tartaristão, mas também na região do Volga, Kazan e Crimeia. A formação do traje foi influenciada pelo estilo de vida, localidade, tradições, religião e, especialmente, motivos orientais.

Segundo a crença popular, a alma do falecido deixava o corpo através de buracos e buracos nas roupas, por isso os tártaros eram muito escrupulosos com esses elementos. Para circular energia positiva e proximidade com a natureza, todos os tipos de recortes eram tratados com padrões especiais, inicialmente flechas, posteriormente substituídas por espirais e cachos. Além disso, o tecido era coberto com um ornamento, que servia como talismã. Era aplicado apenas em determinados locais: os padrões eram colocados o mais densamente possível na parte superior da roupa da mulher, pois é com o seio que toda mãe amamenta seus filhos; a região pélvica era considerada especialmente íntima, por isso não era decorada com nada.

O traje era feito de pele, couro natural macio e tecidos caros. Sapatos e chapéus eram selecionados levando em consideração as condições climáticas. Joias com pedras grandes, contas, penas, rendas e metais caros eram usadas ativamente. Um conjunto completo era multifuncional e variável, adequado para feriados e dias de semana, passeios a cavalo, vida nômade e era amplamente utilizado durante a apresentação de danças nacionais.

Hoje em dia, o traje nacional é usado na arte popular, em festivais e em apresentações de palco.

Peculiaridades

Os principais elementos do traje nacional são uma camisa longa (kulmek), um manto solto e calças largas (yshtan). Para as meninas, um babador inferior (kukrekche, tesheldrek) e um avental tártaro eram costurados, o que escondia a abertura no peito ao se movimentar ou dançar. As roupas tinham que ser largas, mas na imagem feminina sempre havia ênfase na cintura.

Breve descrição das características do traje tradicional:

  • uma camisa larga sem cinto: para homens - até o joelho, para mulheres - até o tornozelo;
  • calças: para um tártaro elas podiam ser listradas, a versão feminina era sempre lisa;
  • A vestimenta externa, que era feita de materiais diferentes, era chamada de forma diferente: camisola, kazakin, bishmet, chabuly chikmen, chabuly tun; para visitas à mesquita aos domingos e feriados, os homens recebiam um chapan, e a vestimenta externa da mulher tártara tinha costuras decorativas, pele, inserções de couro, tranças e bordados.

Apesar de todo o brilho e colorido, o traje tártaro não se diferenciava pela variedade de cores. Cereja, branco, bordô escuro, amarelo e verde eram as cores predominantes. A tonalidade da roupa determinava a idade, a riqueza e o estado civil de uma pessoa.

A cor branca simboliza a velhice e o luto entre os tártaros. Por isso, era costume que os idosos usassem roupas claras ou comparecessem a funerais com essas roupas.

As roupas e os adornos de cabeça, especialmente na versão festiva, eram decorados com fios dourados e multicoloridos, contas, moedas e miçangas. Os padrões das roupas tinham motivos animais ou vegetais, o que demonstrava o respeito do povo pela natureza e por todos os seres vivos.

Roupas do dia a dia

O traje cotidiano tártaro era confeccionado em estilo minimalista, com todos os elementos livremente usados. O cocar doméstico da mulher tártara era um lenço de cabeça, e o dos homens, um solidéu. A imagem nacional também incluía decorações especiais que permitiam determinar externamente a condição financeira de uma pessoa e sua posição na sociedade.

Pano

Calças, camisas e agasalhos tinham comprimentos, larguras e decorações diferentes, e eram feitos de tecidos baratos ou caros. Cada elemento tradicional se ajustava livremente à figura: as mangas eram largas, a bainha da saia esvoaçava e a camisola era envolvente. Diferenças no traje cotidiano por gênero:

  1. Os trajes nacionais das mulheres tártaras eram feitos de algodão, seda, brocado, veludo e linho. Uma camisa longa assemelhava-se a um vestido; entre os tártaros da Crimeia, era complementada por babados e uma silhueta trapezoidal que escondia os quadris largos da moça. Um robe largo, camisola ou jaqueta sem mangas era enrolado no lado direito; seu comprimento ia até o meio da coxa. Tranças, miçangas, rendas, moedas e fitas brilhantes eram usadas para decorar roupas e toucados.
  2. As roupas masculinas eram feitas de algodão, linho, lã e seda. A camisa na altura dos joelhos tinha cunhas laterais, um recorte para a cabeça e não tinha cinto. A vestimenta externa era enrolada e presa com um cinto de seda, algodão ou veludo. Padrões florais ou pontos decorativos de fios de prata ou ouro eram usados ​​como decoração ao longo da bainha da camisola.

O traje nacional tártaro, ricamente adornado com pele, indicava o status de um casal e sua posição social. As espécies mais valiosas eram o castor, a zibelina, a raposa-do-ártico, a marta e a raposa-prateada.

Chapéus

Um elemento obrigatório do traje tradicional tártaro era o toucado. As meninas usavam uma "construção" de várias camadas na cabeça, composta pelos seguintes elementos: tecido, véu, arco, chapéu ou lenço. Este último era usado para fixar o véu na cabeça.

Fatos interessantes sobre chapéus femininos:

  1. Para meninas e mulheres jovens, eram oferecidos chapéus de uma única cor (burek) feitos de tecido grosso ou pele.
  2. Nas aldeias, as mulheres tártaras usavam um kalfak de malha feito de tecido branco; as meninas da cidade preferiam um produto feito de fios de seda listrados caros.
  3. As mulheres casadas cobriam não apenas os cabelos com toucas, mas também o pescoço e o corpo.
  4. Véus triangulares, retangulares e quadrados eram usados ​​por mulheres mais velhas.

O toucado masculino consistia em duas partes: a inferior (para uso diário em casa) e a superior (para sair). Para uso doméstico, usava-se um solidéu masculino, que cobria apenas o topo da cabeça. Chapéus de feltro ou tecido, bureks e turbantes eram usados ​​sobre um pequeno gorro. Solidéus brilhantes com ornamentos, feitos de tecidos caros, eram destinados aos jovens. Adultos e tártaros idosos escolhiam chapéus de uma única cor.

Solidéu
Burek
Kalfak
Meninas com cocares nacionais tártaros

Sapato

Os tártaros usavam botas o ano todo. Couro mais macio era usado no verão, e no inverno os sapatos eram preenchidos com pele de carneiro e algodão. Sob as botas, botas de feltro e galochas, eles usavam meias feitas de tecido ou fios de lã. Eram feitas principalmente de tecido branco.

O nome das botas tradicionais tártaras variava:

  • Os chitek eram feitos de couro macio e eram usados ​​para sair; os sapatos chitek estampados, feitos com técnica de mosaico, eram usados ​​em feriados e danças; esses sapatos podiam ser comprados por moradores ricos da cidade ou pelo clero;
  • Os ichigi de couro preto eram feitos para uso diário, e os femininos eram mais curtos que os masculinos;
  • Os chabata pareciam sapatos de fibra e eram considerados calçados de trabalho.

Todo calçado tártaro tem uma característica: os dedos virados para cima. Segundo uma crença antiga, não se deve arranhar o solo nativo.

Os tártaros também usavam botas de feltro no inverno e galochas para os trabalhos domésticos. Os sapatos eram escolhidos para celebrações e danças. A versão feminina tinha estampas, apliques, bordados com fios de ouro e, muitas vezes, era complementada por um pequeno salto.

Chitek
Ichigi
Chabata
Calçado nacional tártaro com biqueira curva

Acessórios

Os principais acessórios masculinos eram anéis com pedras grandes e sinetes; para mulheres de status, era oferecido um nakosnik (acessório para a cabeça). Uma parte obrigatória do traje nacional era um cinto com fivela grande. Uma decoração incomum era considerada uma faixa – este é o nome de uma fita de tecido bordada que era jogada sobre o ombro. Se a moça seguisse o islamismo, ela tinha bolsos especiais para guardar orações.

Para complementar o visual cotidiano ou festivo, as mulheres sempre usaram brincos em forma de argolas ou com pedras grandes e borlas de contas. O colar era enorme e escondia o decote excessivamente revelador da camisa feminina, além de unir os principais elementos do traje tradicional tártaro. Sob a influência de russos, caucasianos e asiáticos, as moças da moda adicionaram brincos de três contas e argolas de nariz às suas caixas de joias.

Sinete
Nakosnik
Cinto
Brincos
Estilingue
Monisto
Brincos de três contas
Anéis de nariz

Fantasias infantis

As roupas infantis para recém-nascidos eram feitas de tecidos naturais que permitiam que o bebê retivesse o calor e não transpirasse. À medida que os filhos cresciam, o traje nacional tártaro adquiria diferenças de gênero. Para as meninas, eram usadas as cores vermelho, bordô, verde ou azul. As roupas eram em camadas, mas sempre cobriam o pescoço e os braços, em comprimento máximo. Na cabeça, um cocar nacional com um longo véu translúcido, que chegava até o meio das costas.

O terno do menino deve ser azul-escuro, marrom ou preto. A camisa é longa e larga, com mangas completas por punhos. Uma camisola é indispensável. As calças são largas, confeccionadas em uma cor que contraste com a parte de cima. A partir dos 5-6 anos, elementos decorativos são aplicados à camisa e à camisola: bordados, fitas, miçangas. O traje dos adolescentes e jovens não difere do traje dos adultos.

Roupas nacionais festivas

O traje nacional para a celebração sempre teve uma abundância de elementos decorativos; tais roupas eram costuradas com tecidos caros e ainda hoje parecem chiques. Um lugar especial no guarda-roupa era dado ao vestido de noiva. Segundo a tradição, era feito de materiais nas cores cereja, verde, turquesa e azul-claro. Mas na versão moderna, já existem trajes brancos, que nos séculos XVIII e XIX eram considerados de luto. Os pré-requisitos são a proximidade do vestido e o comprimento máximo. A moça veste um pano ou um kalfak bordado na cabeça. Um terno azul é oferecido ao noivo, com muitos padrões, fitas de cetim e gola de pele. Os noivos calçam botas estampadas feitas na técnica de mosaico.

Um noivo moderno pode se dar ao luxo de usar um terno europeu comum, mas decorá-lo com fitas de cetim e ornamentos. Em vez de um paletó, os looks de casamento tártaro são complementados com uma camisola de veludo com mangas curtas.

O traje de dança tártara inclui um colete em formato de melindrosa, com acabamento em pele ou uma camisola mais curta. O dançarino usa um gorro com borla ou véu na cabeça. A roupa deve ser folgada e a bainha deve estar bem esticada durante os movimentos.

Esquema de cores e decoração

O esquema de cores dos trajes tártaros apresentava pequenas diferenças de acordo com a idade e o gênero. Homens e meninos com mais de 5 anos usavam principalmente camisolas, calças e camisas pretas, azul-escuro ou bordô. Meninas e mulheres recebiam roupas casuais e formais em verde, azul-claro, vermelho, cereja e amarelo. O traje era baseado em uma cor escura e complementado com tons mais claros da mesma paleta de cores.

Para costurar roupas tártaras, eram usados ​​pontos decorativos feitos com fios dourados, prateados, vermelhos e verdes.

O tecido era decorado com ornamentos vegetais, inspirados na cultura oriental. Padrões assimétricos espalhados pela roupa são geralmente divididos nos seguintes grupos:

  • estepe - papoulas, miosótis e tulipas predominam nas roupas;
  • prado - a roupa usa margaridas, centáureas, sinos, íris, morangos, lírios do vale;
  • jardim - desenhos de ásteres, rosas, peônias e narcisos são aplicados na bainha de uma camisola, camisa ou chapéu.

Ondas, corações, listras e triângulos também eram usados. Muitas vezes, o mesmo padrão era bordado na vestimenta tártara, mas com fios diferentes. Essa técnica criava policromia e minimalismo no traje.

Interpretação moderna

O traje moderno é mais uma estilização do que uma vestimenta tradicional em sua forma pura. Possui cores mais vibrantes, chamativas, elegantes e que chamam a atenção em festividades tradicionais e danças. Os elementos obrigatórios do traje folclórico estilizado são ricas ornamentações florais, tecidos caros e kalfak. O gorro pode ter formas mais modernas e é costurado para combinar com o vestido ou com o colete.

As moças modernas usam principalmente vestidos longos em corte A, com babados nas mangas e gola alta. O estilo pode variar, mas a natureza fechada da roupa ainda é essencial. O toucado permaneceu inalterado. A tártara moderna usa calças largas e uma camisola, às vezes um cinto é usado para cingir a camisa. O terno masculino praticamente não sofreu alterações, exceto que parece muito mais elegante e apropriado para as tendências da moda do século XXI. Embora haja cada vez mais tendências na europeização das roupas cotidianas dos tártaros, o traje nacional ainda é profundamente reverenciado, pois incorpora vividamente a originalidade da cultura e a incrível habilidade da arte popular, acumulada ao longo dos séculos.

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